terça-feira, 19 de maio de 2009

Projeto Nordeste terá mais pontos de atuação

O idealizador, ministro Roberto Mangabeira, apresenta novos pontos do projeto depois de visitas à Região.
O Projeto Nordeste, idealizado pelo ministro Roberto Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, ligada à Presidência da República, vai ser tema de reunião entre os nove governadores nordestinos, membros do Governo Federal e o presidente Lula. No próximo dia 26, todos vão discutir cada uma das 11 estratégias do projeto para que o mesmo seja iniciado agora, colocando o Nordeste como o ponto de partida do desenvolvimento nacional.Entusiasmado com a nova fase do projeto que vem tocando, o ministro relata que foi obrigado a fazer adequações, devido à realidade do Nordeste, como o destaque à implantação de Zonas de Processamento de Exportações (ZPE´s) e também a agricultura de sequeiro, aumentando as arestas da proposta.
No último dia 8 de maio, o ministro teve oportunidade de participar do encontro dos governadores dos estados do Nordeste, oportunidade em que apresentou o conjunto idéias para dar início ao projeto. Em entrevista ao Diário do Nordeste, Mangabeira Unger destacou que as propostas, em fase mais avançada, foram recebidas com entusiasmo também pelos governadores. Foi entregue a cada um dos gestores, um documento com tudo que foi desenvolvido até agora e as sugestões para o início das atividades.
Construção
Depois de percorrer os estados em busca de iniciativas pioneiras já em curso que pudessem ser o ponto de partida, o ministro agora detalha que a determinação inicial é a de dar instrumentos às duas forças construtivas encontradas nos municípios: empreendedorismo emergente, formado por pequenas e médias empresas e a inventividade popular ´difusa, porém, desequipada´.´Há um turbilhão de energia carente de instrumentos para dar vazão a estas idéias. Em algumas regiões nós encontramos métodos de produção absolutamente artesanais e também tecnologia de ponta desenvolvida por pessoas com nível médio de escolaridade´, disse mostrando os diferentes níveis de produção no Nordeste, os quais o projeto se propõe a acabar dando incentivos fiscais, fontes de financiamentos e capacitação tecnológica.
In loco
O ministro disse que encontra-se entusiasmado e angustiado ao mesmo tempo. ´Estou entusiasmado porque é um projeto inovador para o Brasil, uma forma de iniciar a reversão de um processo de desenvolvimento nacional. E aflito porque o tempo está escasso. Temos que dar vazão a uma dinâmica que ajude a formar consenso no Estado brasileiro antes da eleição´, insistiu.
Roberto Mangabeira destaca que foram importantes as dezenas de viagens aos estados, para rever pontos da proposta e até mesmo incluir novas idéias. ´Nas andanças eu vou aprendendo. Há muita coisa eu não compreendia: a importância da agricultura de sequeiro e a necessidade de definição de modelos institucionais para a agricultura irrigada. Não entendia também a utilidade das ZPEs como instrumentos da política industrial´, exemplificou.
Em tom de brincadeira, o ministro riu ao contar um comentário do governador do Ceará, Cid Gomes, na última reunião que tiveram em Natal: ´O governador Cid Gomes, que foi muito generoso com o projeto, disse que eu não sou apenas um bom professor, mas um bom aluno´.
Para a sociedade começar a ver os resultados práticos do projeto ´é preciso um misto de paciência e impaciência´. Primeiro, ele assegura que há uma série de ações que já estão em cursos nos estados nordestinos e são matéria-prima para o projeto. O que deve ser implementado é a construção de uma nova consciência que tenha como base o projeto ora apresentado. Mangabeira quer estabelecer um calendário a partir da reunião deste mês, com os governadores e o presidente.

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